Boletim Economia em Dia reflete mercado de trabalho e PIB do Paraná no terceiro trimestre de 2024 30/12/2024 - 15:48

A análise dos índices econômicos brasileiros e paranaenses é destaque da última edição de 2024 do Economia em Dia, boletim elaborado pela Assessoria Técnica de Economia da Secretaria da Fazenda (Sefa). Com ênfase no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e no bom momento da indústria e do comércio, o documento reflete justamente as causas por trás desses números positivos do Estado.

O texto assinado pelo assessor técnico Juliano Farias leva em conta os dados relativos ao terceiro trimestre do ano, quando o PIB do Paraná registrou um aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior. Com isso, no acumulado do último ano, a economia paranaense alcançou uma alta de 3,2%, superando o resultado nacional, que foi de 3,1%.

Como destaca Farias, esses bons números são puxados principalmente pelo setor de serviços (+1,84%) e pela indústria (+1,2%). “O desempenho desses setores deve mais que compensar a retração da safra e a economia paranaense deverá registrar uma nova expansão este ano, ao que tudo indica, com desempenho próximo do nacional”, pontua.

Por causa dessa queda na safra 2024, o Paraná viu a produção do setor agropecuário encolher 5,9% no PIB neste último trimestre, o que impactou o saldo da balança comercial do Estado. Com um superávit de US$ 3,53 bilhões no até novembro, o valor é 45,9% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

Em compensação, o mercado de trabalho paranaense segue aquecido. A taxa de desocupação do Paraná foi de 4% em setembro de 2024, a menor em pelo menos 10 anos. De acordo com o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o Estado gerou 10,1 mil novas vagas de emprego em outubro.

REFLEXO NACIONAL – Como aponta Farias, parte desses números paranaenses refletem o cenário nacional, sobretudo com o aquecimento do mercado de trabalho. No âmbito nacional, a taxa de desemprego foi de 6,2% em outubro de 2024, o menor valor da série histórica iniciada em 2012.

Esse aumento da massa empregada ajudou a impulsionar alguns setores, como o de serviços, que cresceu 1,1% de setembro para outubro, totalizando uma alta de 3,2% em 2024. Já o comércio avançou 0,9% no mês, alcançando elevação de 4,9% no ano.

A preocupação, porém, é sobre o quanto tudo isso deve pesar na inflação, já que o aumento do consumo e a depreciação do câmbio aumentam a pressão inflacionária. O Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) registrou variação, na passagem de outubro para novembro, de +0,39%, puxado por alimentos e bebidas (+1,55%) e transportes (0,89%).

E esse cenário deve permanecer em 2025, ainda mais após a elevação da taxa Selic para 12,25% em dezembro. “Essa interação tem caráter pernicioso e deve limitar o crescimento da atividade econômica no próximo ano”, conclui Farias.