Economia em Dia analisa crescimento da China e seus impactos no Paraná 15/10/2024 - 11:48

A economia chinesa é tema do mais recente Economia em Dia, boletim elaborado pela equipe de Assessoria Técnica de Economia da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa). E, mais do que fazer esse balanço das medidas recentes tomadas pelo país asiático para tentar retomar seu crescimento, o texto aponta como isso pode impactar o Paraná.

A análise assinada pelo Assessor Técnico de Economia Rafael Fiorott mostra os efeitos dessa desaceleração vivida pela China desde 2014, principalmente em setores como o imobiliário — um dos motores de crescimento do país nas últimas décadas. Além disso, também discute as ações anunciadas nas últimas duas semanas para reverter essa possível contração.

No fim de setembro, o governo de Xi Jinping reduziu a taxa de juros, flexibilizou regras para a compra de imóveis e disponibilizou pelo menos US$ 100 bilhões para instituições financeiras e empresas, na esperança de reanimar o mercado de ações.

“Apesar de a reação inicial do mercado ter sido extremamente positiva, com altas significativas nos principais índices de ações da China, ainda é cedo para afirmar se essas medidas serão suficientes para gerar uma recuperação sustentável”, explica Fiorott. “. A economia chinesa enfrenta pressões deflacionárias, uma queda contínua na produção industrial, e uma demanda interna que ainda não retomou o vigor esperado”.

E O PARANÁ? – Embora pareça ser uma realidade muito distante do Paraná, literalmente do outro lado do mundo, os impactos de uma eventual desaceleração chinesa e de sua tentativa de reaquecer a economia podem ser sentidos no Estado.

A China é o maior destino das exportações paranaenses. Somente em 2024, entre os meses de janeiro e agosto, mais de 29% do total exportado pelo Paraná foi enviado para os portos chineses — uma fatia que não pode ser desconsiderada. Isso significa que todo esse movimento de redução no crescimento e tentativas de levantá-la interessam e muito tanto o produtor local como o próprio Governo do Paraná.

“A intervenção do governo chinês recente é mais um movimento que impede uma correção mais rápida e profunda de saneamento dos balanços tanto de empresas como de famílias”, explica Fiorott. “Como consequência, nosso maior parceiro econômico tende a não mais demandar tantas commodities quanto demandou no passado, em especial o aço e o minério de ferro”.

A boa notícia é que, apesar dessa projeção um pouco mais temerária, os principais produtos enviados pelo Paraná à China não se encaixam nessas categorias. As sementes, grãos e frutas são as principais exportações paranaenses para o país asiático, representando 81,41% dessa relação comercial em 2024.

Ainda assim, como aponta o Economia em Dia, o tempo de crescimento de dois dígitos da China ficou para trás e isso é, sim, motivo não só para o Paraná, mas o Brasil e o mundo ficarem de olho em como o país vai reagir.

COMO ACESSAR – É possível conferir o boletim na íntegra, com todos os números, gráficos e análises sobre a situação chinesa e seus reflexos no Brasil e no Paraná pelo site da Sefa. A partir da aba Boletins, você encontra todas as edições dos relatórios quinzenais assinados pela Assessoria Técnica de Economia da Secretaria, assim como textos de outros departamentos também analisando a situação econômica e fiscal do Estado.